Parte do fóssil foi encontrada entre os anos 1940 e 1950 no Parque Natural Municipal Paleontológico de São José de Itaboraí, durante a exploração de calcário usada em grandes obras, como a Ponte Rio-Niterói e o Maracanã.
Na época, o material foi armazenado no Museu de Ciências da Terra, instituição do Serviço Geológico Brasileiro, mas sua importância só foi reconhecida recentemente pelo paleontólogo Luís Otávio Castro, que percebeu se tratar de uma nova espécie.

Do museu de Itaboraí para Nova York
"Analisamos o material e percebemos que se tratava de uma nova espécie. Era um mamífero de pequeno porte, herbívoro e terrestre, que vivia na região", explica Castro.
Ele comparou o animal a uma cotia ou paca, com cauda e quatro patas, destacando características singulares dos dentes.
Hoje, um exemplar do fóssil integra a coleção do Museu de História Natural de Nova York, mas também pode ser visto no Museu de Ciências da Terra, na Urca.
Rafael Costa da Silva, paleontólogo e curador do museu, destacou a importância de guardar achados antigos:
"Esse fóssil foi coletado nos anos 50 e ficou guardado esse tempo todo no museu porque, na época, não existia o conhecimento necessário para identificar e saber a importância disso. Então, para o museu, isso é importante. Essa é a razão da existência do museu: a gente preserva as coisas para que, um dia, elas possam ser conhecidas e esse conhecimento seja transmitido para as outras gerações", disse.
Após o encerramento das atividades de mineração em 1984, o local se transformou em um lago de quase um quilômetro de diâmetro.
Hoje, o Parque Paleontológico de Itaboraí possui 125 hectares, com quatro trilhas de diferentes níveis de dificuldade, cercadas por rochas e fósseis que permitem uma viagem ao passado.
A visitação do parque acontece todos os dias, das 8h às 17h, enquanto o Museu de Ciências da Terra funciona de quarta a sábado, das 10h às 16h. A entrada nos dois locais é gratuita.
